sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ministro da CGU encerra o IV Congresso Brasileiro de Controle Público

  Terminou hoje (25), o IV Congresso Brasileiro de Controle Público, que teve início na quarta, no Teatro Tobias Barreto. O evento, que teve como tema principal o “Combate à corrupção e novos paradigmas do controle”, contou com a presença de quatro ministros, autoridades e profissionais renomados da área jurídica, entre eles professores, escritores, procuradores, promotores e consultores jurídicos. 

Em seu último dia, o Congresso aconteceu só pela parte da manhã, das 8h as 12h, com palestra do ministro chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, que falou sobre a recém-criada Lei de acesso a informação pública, sancionada na última sexta, dia 18, pela presidente Dilma Rousseff. Nas entrevistas concedidas, o ministro também falou das novas normas normas de contratação das ONGs. 

O procurador geral, Marcio Rezende, da Procuradoria Geral do Estado de Sergipe, presidiu a mesa, que também contou com palestras de Márcio Cammarosano, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo, de São Paulo, que falou sobre “Improbidade administrativa e o exercício da advocacia pública: deveres e responsabilidades dos advogados públicos”, e  Nilzir Soares Vieira Junior, promotor de Justiça, sobre “Os limites de atuação do Ministério Público no combate à improbidade de prefeitos municipais por violação a princípios da administração pública: crítica da jurisprudência”.

No discurso de encerramento, Paulo Modesto, coordenador científico do Congresso, e presidente do Instituto Brasileiro de Direito Público, agradeceu em especial a conselheira presidente do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, Maria Isabel Nabuco D'Ávila, e ao seu esposo, Manuel Pascoal Nabuco D'Ávila, que deu nome ao concurso de trabalhos científicos do evento, que premiou dois trabalhos dedicados ao controle público.

ONGs e nova lei de aceso a informação pública

  O ministro Jorge Hage falou sobre a importância da lei de acesso a informação pública, que resulta de uma previsão da constituição de 1988, na qual assegura o direito do cidadão ao acesso a todo e qualquer documento público. Continuam resguardadas as informações previstas em lei, referente à segurança do Estado e em casos de sigilo de investigações que em curso, ou sigilo sobre segredos industriais ou de interesse do país em relação a competidores internacionais. “Esta lei era uma dívida do governo para com a sociedade. Ela está prevista na Constituição de 88, mas nunca tinha sido regulamentada. A lei foi apresentada ao Congresso Nacional pelo então presidente Lula, e agora finalmente foi sancionada pela presidente Dilma, na última sexta, dia 18. É uma lei que define toda a rotina e procedimento para que todo cidadão possa tomar conhecimento de documentos ou informações nos órgãos públicos”, disse o ministro.

Em relação as ONGs, o ministro disse que algo precisava ser feito pois a fiscalização encontrou vários casos de instituições que sequer existiam formalmente, e de outras que não tinham funcionários ou funcionavam em endereços residenciais. “Já foram emitidos pela presidente Dilma dois decretos recentes, um em setembro e outro em outubro, estabelecendo regras mais rigorosas do que as anteriores, desde a seleção das ONGs. Ou seja, agora o gestor público, o dirigente, o Ministro, não podem mais escolher a ONG com a qual pretendam celebrar um convênio. Agora serão obrigados a fazer um chamamento público com grande divulgação para que todos os interessados participem, como uma concorrência pública. Além disso, o decreto obriga que para celebrar o convênio a ONG tenha experiência de pelo menos três anos na área objeto do convênio. Também se faz necessário que ela não tenha nenhuma mancha e nenhuma irregularidade em suas relações anteriores com o poder público. E, ao assinar o convênio, o gestor público passa a assumir inteira responsabilidade. Estas e outras inovações vão, certamente, fazer uma grande diferença”, afirmou Hage.

Prêmio Manuel Pascoal Nabuco D’Ávila

Encerrando com chave de ouro a quarta edição do Congresso Brasileiro de Controle Público, o Prêmio Manuel Pascoal Nabuco D’Ávila premiou dois trabalhos científicos dedicado ao controle público. O primeiro lugar ficou com Lara Freire, mestranda da Universidade Federal de Sergipe. “ Eu fico muito feliz, afinal de contas a publicação é muito importante. Sem contar que achei muito importante a iniciativa dos organizadores do evento em trazer um congresso como esse para Aracaju”, disse a ganhadora.

“Para as pessoas que já não mais ocupam o cargo, já não mais possui função publica, ser escolhida para uma homenagem para titularizar um congresso de alto nível como foi esse, é sempre gratificante e nos dá muita alegria”, disse Manuel Pascoal Nabuco D’Ávila, que deu nome ao prêmio.

Balanço do evento

O Congresso Brasileiro de Controle Público conseguiu reunir em Aracaju grandes nomes do setor jurídico nacional, transformando Aracaju na capital do combate à corrupção entre os dias 23 e 25 de novembro. Para o coordenador científico do evento, Paulo Modesto, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Público, o evento foi um grande sucesso. O congresso conseguiu discutir temas atuais contando com a presença de todos os palestrantes, capacitando os servidores e profissionais que atuam com o direito público. 

“Enfrentamos problemas que o Brasil vai ter que resolver nos próximos anos, e eventos como estes nos preparam para termos uma postura ainda mais atualizada e adequada aos dias atuais. Ficamos felizes porque o evento também sensibilizou a imprensa e a comunidade em relação ao combate da corrupção com conhecimento. Agradecemos o apoio do Tribunal de Contas de Contas do Estado, bem como ao Governo de Sergipe e a Prefeitura de Aracaju, que estimularam que o IBDP trouxesse o evento para Aracaju. Acho que foi um grande sucesso. Recebemos vários elogios e isso me deixa muito contente, porque nosso objetivo foi alcançado”, disse Modesto.