Ministra Eliana Calmon |
A "Dama de Ferro" brasileira afirmou que há
bandidos no Poder Judiciário e que parece haver um complô a favor da impunidade
no país.
De 23 a 25 de novembro Aracaju se torna
a capital do combate à corrupção, quando recebe o IV Congresso Brasileiro de
Controle Público, no Teatro Tobias Barreto, recebendo grandes nomes, a exemplo
da ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon, uma mulher de fibra
que não quer "passar em brancas nuvens" pela função e vem causando polêmica em
suas ações e declarações em defesa da moralidade no Judiciário e da punição de
magistrados que tenham se desviado.
"É necessário defendermos a
magistratura. O judiciário ganhou muitas atribuições com a Constituição de 1988
e não se preparou adequadamente para a modernidade da Carta Magna. Existe falta
de estrutura na Justiça e sacuteamento nos cartórios extrajudiciais, que são 'uma
chaga' no país", afirma a ministra.
Enfrentando a corrupção com altivez,
afirmando que há sim bandidos no Poder Judiciário e que o problema precisa ser
encarado de frente, pelo bem da verdade e da magistratura, a ministra diz que "a
quase totalidade dos 16 mil juízes do país é honesta. Os bandidos são minoria.
Uma coisa mínima, de 1%, mas que fazem um estrago absurdo no Judiciário".
Sobre a decisão do Supremo em limitar
os poderes da corregedoria e do próprio Conselho Nacional de Justiça, ela
declara que parece haver um complô para que não se puna ninguém no Brasil. "As
portas estão se fechando. Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da
magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de
bandidos que estão escondidos atrás da toga", declarou em entrevista à APJ
(Associação Paulista de Jornais).